Um dia, num Janeiro
Ela o conhece.
Atraente. Nada demais.
Ele, indiferente.
Ela, idem.
Os dias passam
E algo no olhar, talvez no
sorriso
Desperta nela um leve interesse.
E aos poucos, como a areia que
cai fina numa ampulheta
A imaginação põe-se a trabalhar
Nas camisas
Nas calças
No aroma fresco de loção
pós-barba
Nos loiros cabelos molhados
E quantas ali não deviam pensar o
mesmo?
Ele, insolente.
Ela, curiosa.
Já último dia
E um desejo que tornara-se
insustentável
Havia fracassado em refrear os
impulsos
Mais uma vez, a carne triunfava
sobre ela
E a enfraquecia.
Ela propôs.
Ele, timidamente, aceitou.
Eis que depois nada aconteceu.
"Tempos difíceis" - ele
dizia.
E aos poucos o fogo diminuiu
Até apagar-se
Ou tornar-se brasa morna
Que dificilmente inflamaria
novamente.
Ao menos era o que ela
imaginava...
Meses depois, um novo encontro.
E pronto!
Brasa acesa!
Faíscas!
Ela incendiou-se.
E voltou a querer
Até cansar, e odiar, e maldizer!!
E voltar querer.
Ela, desejo.
Ele, soberba.
De atração, virou tormento!
Esfregava-se na cama antes de
dormir
Apertava a vulva, tentando calá-la
Queria arrancá-la de si!
Pois dali nascia uma ideia fixa,
um vício tortuoso.
Ela, pecado.
Ele, incógnita.
Um dia enfim
Um encontro furtivo.
Ela estava quente!
Como só uma mulher insana de
vontade consegue estar.
Quente, úmida, latejante.
Ele a beijou e abraçou
E ouviu-a rogar impaciente:
"Me come!"
Em ambos, o fogo.
Teve a vulva ainda mais
alagada
Por sua língua áspera e inquieta.
Mas sacana quer sacanagem...
E quer logo, de uma vez!
Já não suportava mais a espera
E implorou novamente: "Me
come!!"
Moço obediente...
Ele meteu.
Ela gemeu.
Sentiu seu peso sobre ela
Cintura, costas, nuca
Sentiu, sentiu, sentiu
Ele finalmente nela
Inteiro!
E de tão acesa, e de tão ávida e
de tão ansiosa que estava
Ela desaguou num orgasmo vigoroso
Ele continuou
Ela tremeu
Ele sentiu
E gozou
Irrompendo-se exausto dentro dela
E exatamente agora
Ela acaricia o próprio corpo
Embriaga-se de si mesma
Querendo de novo.
E de novo.
Esperando...
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