segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

PECADO

 


Peço perdão aos céus.

Peço perdão àqueles cuja moral é cristalina.

Peço perdão aos inocentes de espírito e coração.

Pois eu pequei! Pequei em pensamento.

Pequei porque quis um moço proibido.

Uma face pueril num corpo másculo, forte.

Pequei porque o quis.

Pequei por que o quero.

Pequei porque o sinto e o devoro em minhas fantasias.

Pequei porque deitei-me sobre ele

E o deixei deslizar-se dentro de mim

Com a face assustada e fascinada

Por possuir uma mulher pronta.

Inteira.

Verdadeira.

Insana e sensual.

Pequei porque retirei do seu corpo jovem

Não apenas seu branco e doce néctar

Mas talvez algum remanescente de inocência.

Por ter mostrado o que seus olhos talvez não pudessem ainda ver.

Por ter dito palavras que talvez não estivesse preparado para ouvir.

Por tê-lo feito se contorcer de prazer

Tão intenso quanto um soco no estômago.

Por ter me masturbado ao imaginar seus gemidos

Saídos de sua boca nova, vermelha.

Tal qual fruta acabando de amadurecer.

Ah, eu pequei!

Eu peco.

E eu peço por ele

Todas as noites

Entre as pernas.

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